Bio

“Empenho, entusiasmo e competência foram os elementos que ajudaram a irrequieta (e sagitariana) Naomi Abe a construir uma carreira de sucesso. Apaixonada por desenho, a paulistana escolheu estudar Artes Plásticas na Faap enquanto, simultaneamente, se dedicava ao curso de Design de Interiores na Escola Panamericana. Contudo, para alimentar a mente pulsante e sedenta por conhecimento, todo esse aprendizado ainda não era suficiente. Então, antes mesmo de ter a deliciosa sensação de finalmente segurar o diploma da primeira graduação, engatou o início dos estudos em Arquitetura na Belas Artes. Encerrou sua participação no meio acadêmico em 1994, quando se tornou estagiária de um grande escritório. “Minha passagem por lá durou três anos. Mas comecei a projetar por conta, em um primeiro momento para amigos, e ficou difícil conciliar as duas coisas.” E há exatos 20 anos – apesar da carinha de menina – a designer seguiu voo solo. A arte é o principal norteador de seus projetos, característica que ficou mais do que evidente em sua participação na Casa Cor depois de um período de 15 anos afastada da mostra. O ambiente que a gente menciona no começo deste texto, com ladrilhos hidráulicos de cores vibrantes inspirados pela obra grandiosa de Tarsila do Amaral (1886-1973), além da forte presença de elementos da arquitetura tupiniquim como os cobogós, era o must, assim como esse apê minimal, essencial, onde tudo o que a gente observa simplesmente impecável (do layout fluido à seleção de mobiliário, passando pelos revestimentos e obras de arte). “Entender de arte me ajuda muito na decoração de interiores no sentido de eu ter mais sensibilidade com proporções e cores.” E diz ainda que um trabalho seu nunca está completo se não exibir pelo menos um quadro ou escultura, além de sempre incluir pelo menos um grande espelho (como o que colocou na sala de jantar na página a seguir). Muito além de aplicar técnicas e conceitos, sonhar junto com o cliente é o que considera mais fundamental. “Gosto de conhecer os desejos e as inspirações das pessoas. Isso me inspira. E adoro quando consigo fazer com que alguém entenda a importância de uma peça de mobiliário ou decoração x ou y.” Do princípio da carreira para o tempo presente, a identidade da profissional se manteve: clássica e contemporânea.

O tempo, é claro, se encarregou de lapidar o talento inato de criar o que é belo.”

Allex Colontonio | artbook decornautas